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- Não são só cerca de 80 mil empregos* diretos e 300 mil terceirizados (dados do final de 2014);- Não são só mais de 82...
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quinta-feira, 21 de maio de 2015
Petrobras planeja buscar sondas no exterior caso Sete Brasil atrase entrega
O choque petrolífero de 2014-15
O Choque Petrolífero de 2014- 15 Por:Rui Namorado CostaA crise que vem afetando a economia mundial tem ...
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quarta-feira, 20 de maio de 2015
terça-feira, 19 de maio de 2015
Janio: inimigos da Petrobras perderam batalha, mas segue a guerra pelo petróleo
"A queda brutal de prestígio da Petrobras custou-lhe perda de força política e, na sua cúpula, uma perplexidade que a...
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Janio: inimigos da Petrobras perderam batalha, mas segue a guerra pelo petróleo
Emanuel Cancella | Por Fernando Brito
O mestre Janio de Freitas publica hoje, com a habitual coragem de ir na contramão do entreguismo dominante em nossa mídia, artigo que, de forma muito mais talentosa que este blog o fez, analisa a derrota dos inimigos da independência econômica do Brasil com o bom resultado apresentado pela Petrobras.
Importante notar que a causa que os move é tão imoral e lesa-pátria que precisa ser travestida em “defender enriquecimento maior e mais rápido do país”, como escreve Janio.
O discurso dos que não creem no Brasil é sempre este: não temos dinheiro, não temos capacidade, não temos gestão.
A presença de gatunos dentro da empresa, de maneira descarada, é usada como argumento para sua atrofia, paralisação ou, até, para que dela se amputem as maiores reservas de petróleo já descobertas no Brasil.
Com a ousada novidade, agora, de que o José Serra, o “amigo da Chevron”, chega ao ponto de alegar falta de “pessoal capacitado” numa empresa que, dias atrás, recebeu o maior prêmio de reconhecimento mundial de exploração de petróleo offshore.
O bom negócio
O surpreendente lucro de R$ 5,3 bilhões da Petrobras nos três primeiros meses do ano, contra todas as previsões, deu um tombo na poderosa articulação para retirar dela a participação, por lei, na operação e exploração do pré-sal concedidas a outras petroleiras.
O tombo não causou danos fatais, mas trouxe duas linhas de problemas para a articulação.
A queda brutal de prestígio da Petrobras custou-lhe perda de força política e, na sua cúpula, uma perplexidade que a exauriu de autoconfiança. Em seguida aos êxitos no problemático pré-sal, de repente a Petrobras estava vulnerável. Para o objetivo de retirar-lhe a participação geral e até mesmo jazidas inteiras, era hora de atacar. E o ataque começou. Mais subterrâneo. Para efeito público, apenas aparições com a duvidosa sutileza de apenas defender enriquecimento maior e mais rápido do país.
Os resultados do primeiro trimestre mudaram essa arquitetura da situação. Ao lucro surpreendente juntou-se a surpresa do aumento de 10,7% na produção de petróleo. Desde o final da semana passada, a Petrobras, com toda a certeza, conta outra vez com prestígio e com a decorrente força política em medida bastante para resistir, e ter quem a defenda de investidas ambiciosas.
A confusão difundida entre a bandidagem de alguns dirigentes e a própria empresa paralisou os segmentos que sempre estiveram com a Petrobras, em sua guerra já de mais de 70 anos. Entre os efeitos do primeiro trimestre é bastante provável a reanimação dessas forças organizadas para contrapor-se a ações de redução da Petrobras.
Mesmo sob novas condições, o assédio à empresa e, em particular, ao seu pré-sal vai continuar. Com a conquista do Ministério de Minas e Energia, cujo ministro Eduardo Braga já se manifestou pela reversão de direitos da Petrobras no pré-sal, e com atitudes no Congresso. Onde José Serra propõe ao Senado um projeto que retira da Petrobras, explicita e drasticamente, a presença em concessões do pré-sal a outros.
Em entrevista à GloboNews, José Serra juntou, àquele argumento lembrado lá atrás, um de sua lavra que parece até ofensivo à Petrobras. Disse ele que a empresa nem dispõe de quadro funcional para a atividade que a lei lhe confere no pré-sal. Mas o corpo técnico da Petrobras é considerado o mais competente no mundo para exploração em ação profundas. Uma ligeira ideia disso: no pré-sal, os técnicos da Petrobras fazem extração até a oito quilômetros de profundidade.
Janio de Freitas
Produção de petróleo e gás natural continua a crescer
Produção de petróleo e gás natural continua a crescer
Jornal GGN
Em abril, a Petrobras registrou alta de 0,8% na produção de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior. O volume total produzido foi de 2 milhões 785 mil barris de óleo equivalente por dia (boed).
O volume total é 8,8% maior do que os 2 milhões 560 mil boed registrados em abril de 2014.
A maior parte, 2 milhões 596 mil boed, foi produzida no Brasil. Ainda assim, 189 mil barris foram produzidos no exterior.
Incluindo a parcela produzida pelas empresas parceiras, a produção de abril foi de 2 milhões 886 mil boed, 1,8% a mais do que em março.
No dia 11 de abril, a estatal bateu recorde de produção própria diária na camada pré-sal das bacias de Santos e Campos, com um volume de 590 mil barris de petróleo por dia (bpd).
A Petrobras relaciona o aumento ao crescimento da produção dos FPSOs (navios plataforma) Cidade de Mangaratiba, localizado no campo de Sapinhoá Norte, e Cidade de Ilhabela, que fica em Iracema Sul, ambos no pré-sal da Bacia de Campos. A estatal também afirma que houve menos paradas programadas de plataformas para manutenção.
A produção própria de gás natural no Brasil, excluído o volume liquefeito, foi de 73 milhões de m³/d, em abril, mantendo o mesmo patamar do mês anterior. “A produção de gás natural sem liquefeito que operamos no Brasil, incluindo a parcela das empresas parceiras, foi de 86 milhões de metros cúbicos por dia”, afirmou a estatal em nota. O aproveitamento do gás produzido atingiu 96,1% no mês de abril.
Sinedino: Lucro no trimestre demonstra que Petrobás não tem problema operacional
"Para Silvio Sinedino, ex-conselheiro eleito pelos funcionários para o Conselho de Administração da Petrobrás, o lucro...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Terça, 19 de maio de 2015
Sinedino: Lucro no trimestre demonstra que Petrobás não tem problema operacional
AEPET | Por Rogério Lessa Benemond
Alguns aspectos do balanço do primeiro trimestre de 2015, que não receberam o devido destaque nas notícias sobre o recente desempenho da Petrobrás:
- O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 21,518 bilhões, representando um crescimento de 50% ante igual período de 2014.
- O lucro operacional foi de R$ 13,3 bilhões, 76% superior ao do primeiro trimestre do ano passado, principalmente devido ao crescimento da produção de petróleo e gás, às maiores margens na comercialização de derivados e aos menores gastos com participação governamental e importações. Além disso, o resultado do 1º trimestre de 2014 foi impactado pelo provisionamento de gastos com o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (R$ 2,4 bilhões), o que não se repetiu em 2015.
Para Silvio Sinedino, ex-conselheiro eleito pelos funcionários para o Conselho de Administração da Petrobrás, o lucro de R$ 5,3 bilhões no primeiro trimestre só confirma o que ele vem reiterando insistentemente: os problemas da Companhia não são de ordem operacional. "Se os preços estiverem minimamente alinhados, sem o subsídio aos preços dos combustíveis, a empresa continuará lucrando", disse.
Sinedino, que é diretor da AEPET, considera que, além do subsídio aos combustíveis, os contratos do tipo EPC contribuíram para a crise vivida pela Companhia. Ele espera que a mudança neste quesito será decisiva para manter a Petrobrás nos trilhos. "Na RNEST (Abreu e Lima), os contratos das obras tiveram nada menos que 362 aditivos, o que é um absurdo. No mais, basta deixar o petroleiro trabalhar que o resultado será positivo", disse, minimizando as análises pessimistas quanto ao nível de endividamento da empresa, sobretudo as notícias após a divulgação do balanço trimestral.
"O endividamento subiu, mas é importante reparar que a quantidade de barris que temos no pré-sal não está devidamente contabilizada nos balanços, pois com aquelas reservas a relação entre a dívida e os ativos da Companhia seria outra", ponderou.
O destaque dado aos preços dos combustíveis pela Petrobrás na divulgação do balanço trimestral mostra convergência com a opinião de Sinedino, que foi presidente da AEPET. A Companhia destacou que houve, no trimestre, o efeito integral dos reajustes de 5% no preço do diesel e de 3% no preço da gasolina ocorridos em 7 de novembro de 2014. Também influenciaram no resultado, segundo a Petrobrás, os menores custos de vendas por conta da redução dos gastos.
Vale ressaltar que nem todo o noticiário foi negativo para a empresa. A Folha de S. Paulo, por exemplo, veiculou que a recuperação das ações da Petrobrás têm o potencial de impulsionar um novo ciclo de alta na Bolsa brasileira e uma entrada maior de investimentos estrangeiros no país. Na avaliação de analistas ouvidos pelo jornal paulista, a empresa conseguiu se apropriar da defasagem no preço dos combustíveis vendidos no país e mostrou resiliência para lidar com o impacto da alta do dólar nas importações e na gestão da dívida. "O resultado foi um lucro líquido de R$ 5,33 bilhões no primeiro trimestre, 1,2% abaixo do mesmo período de 2014, mas acima da previsão de ganho próximo de R$ 2,5 bilhões", pontua o jornal. De acordo com o veículo, as ações da Petrobrás respondem por 9,85% do Ibovespa, principal índice da Bolsa, atrás apenas dos bancos Itaú (11,14%) e Bradesco (9,93%).
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Relembrando: CONCESSÃO x PARTILHA
Relembrando:
Posted by Em Defesa da Petrobras on Segunda, 18 de maio de 2015
Petrobrás lucra R$ 5,3 bilhões no primeiro trimestre
"Para o futuro, análises preliminares de especialistas consideram que pesará a favor da empresa o fim do subsídio forç...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Segunda, 18 de maio de 2015
Petrobrás lucra R$ 5,3 bilhões no primeiro trimestre
AEPET | Por Rogério Lessa Benemond
Apesar da baixa de 7,3% no volume de vendas e de 28% no preço do barril de petróleo brent nos últimos 12 meses, a Petrobrás apresentou nesta sexta-feira (15) o balanço do primeiro trimestre, que registrou lucro R$ 5,3 bilhões. O resultado é praticamente igual ao auferido no mesmo período do ano passado (R$ 5,4 bilhões).
Para o futuro, análises preliminares de especialistas consideram que pesará a favor da empresa o fim do subsídio forçado nos preços de combustíveis que, segundo cálculos, causaram perdas de R$ 60 bilhões à Companhia, e o avanço da produção no pré-sal, que já cresceu 70% neste ano.
Cabe agora à presidente Dilma Rousseff, que declarou na última quinta-feira (14) que não haverá mudanças na política de conteúdo nacional nem no regime de partilha, honrar seus compromissos políticos e manter a empresa no caminho da recuperação, driblando os entreguistas e evitando que se repitam os malfeitos que determinaram o prejuízo verificado em 2014, o primeiro desde 1991.
Credores devem oferecer recursos de até R$ 25 bi à Sete
"A Sete Brasil já encontrou solução para obter R$ 25 bilhões em financiamento, segundo fonte ligada à reestruturação...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Segunda, 18 de maio de 2015
Credores devem oferecer recursos de até R$ 25 bi à Sete
SINAVAL
A Sete Brasil já encontrou solução para obter R$ 25 bilhões em financiamento, segundo fonte ligada à reestruturação financeira da empresa. Os recursos permitem a construção de 19 sondas. As tratativas para esses financiamentos estão acertadas e incluem recursos de instituições nacionais, como Banco do Brasil, Caixa e Bradesco. Na semana passada, a companhia avançou em conversas com bancos chineses para obter R$ 6 bilhões adicionais, que podem permitir a manutenção da construção de sete sondas com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), conforme fonte ligada à reestruturação da Sete. As obras no estaleiro estão paralisadas desde janeiro e as relações estremecidas.
Além disso, o Estaleiro do Rio Grande (ERG) ficará com a produção de duas, de um total inicial de três sondas. E, por fim, o Enseada Indústria Naval mantém quatro unidades para construir, que mais à frente devem ser vendidas à Odebrecht. A implementação completa do plano deve levar pelo menos mais seis meses.
A primeira questão a ser enfrentada é se a Petrobras, acionista da Sete Brasil direta e indiretamente com 10% do capital e cliente, quer manter essas encomendas.
O corte deste projeto traria um grande prejuízo à Sete, que tem diversos acionistas privados no controle, com destaque para BTG Pactual, Santander e Bradesco, organizadas no FIP Sondas, fundo que tem entre os cotistas Previ, Petros, Funcef e Valia (caixas de previdência de Banco do Brasil, Petrobras, Caixa e Vale) e mais EIG, Luce Venture Capital e Lakeshore.
Credores devem oferecer recursos de até R$ 25 bi à Sete
A solução com o EAS envolve a definição sobre qual o maior interesse nacional, no caso da Sete. De um lado, a manutenção das encomendas assegura empregos e geração de riquezas nas cidades onde os estaleiros estão instalados. A presidente Dilma Rousseff (PT) esteve ontem no EAS, para entrega de navios à Transpetro.
Por outro, a estatal está com as finanças apertadas, diante dos problemas deflagrados pela Operação Lava-Jato do Ministério Público Federal (MPF). Há grande pressão e expectativa para que a estatal reduza seus investimentos.
A disposição de conceder crédito à Sete vem da tentativa de evitar prejuízo a fornecedores desses países contratados para as obras – que sofriam perda com o cancelamento de obras.
As conversas com as instituições chinesas, conforme o Valor apurou, estão sendo auxiliadas pelo grupo chinês Cosco (China Ocean Shipping Company). Conforme o Valor apurou, a Sete tem condições de obter parte relevante dos recursos a um custo de Libor mais 4% a 5% ao ano.
Assim como a Sete Brasil tem interesse em buscar recursos para manter o projeto, o EAS também está disposto a negociar de forma amigável a situação. Após declarar falta de pagamento, o estaleiro anunciou de forma unilateral o fim do contrato para a fabricação de sete sondas e agora enfrenta também uma grave crise financeira, com dívidas de R$ 2,67 bilhões, mais pendências com fornecedores para as sondas.
Apesar da disposição de negociação, e das conversas já existentes entre Sete e EAS, a formalidade entre elas deve seguir dura.
Nos próximos dias, conforme o Valor apurou, a Sete deve responder à carta recebida ontem do EAS. A companhia de sondas entende que o estaleiro tem US$ 600 milhões recebidos adiantados, e não repassados aos fornecedores, e ainda deveria pagar indenização superior a US$ 400 milhões pela rompimento do acordo. Portanto, o saldo líquido entre as partes, na visão da Sete, seria favorável a ela.
O EAS está disposto a retomar a construção das sondas. Mas, segundo fonte ligada à reestruturação do estaleiro, seria necessário rever algumas condições dos contratos inicialmente acertados. O estaleiro alega ter sofrido perdas importantes por conta da paralisação do projeto. Já a Sete Brasil entende que o contrato segue vigente pois até o momento não assinou nenhum termo de encerramento, e não vê espaço para renegociação.
Dentre as instituições dispostas a financiar a empresa de sondas estão o China Development Bank (CDB) e o Japan Bank for International Cooperation (JBIC) – ambos bancos de fomento dos países.
As dificuldades da Sete vieram do suposto envolvimento de contratos no esquema investigado pela Lava-Jato. O projeto seria financiado pelo BNDES, que não liberou os recursos após as denúncias. Isso deflagrou a crise na empresa, com dívida de US$ 3,8 bilhões.
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domingo, 17 de maio de 2015
Economistas confirmam o valor do pré-sal para a Petrobrás e para o Brasil
"Análise feita por economistas consultados pelo Jornal do Brasil confirma o alto valor estratégico do pré-sal. Para...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Domingo, 17 de maio de 2015
Economistas confirmam importância do pré-sal para a Petrobrás e para o Brasil
AEPET
Análise feita por economistas consultados pelo Jornal do Brasil confirma o alto valor estratégico do pré-sal. Para Fernando Sarti, diretor do Instituto de Economia da Unicamp, a Petrobrás tem condições de buscar recursos para seus investimentos sem precisar desinvestir no pré-sal. Para Sarti, "não há dúvida de que a Petrobrás deva manter sua participação em uma área estratégica como é a do pré-sal. No contexto atual, nenhuma mudança seria positiva".
A matéria coloca abaixo os argumentos dos que querem modificar a legislação a pretexto de "ajudar a Petrobrás a fazer investimentos". Evidencia também porque, na opinião do executivo-chefe da Shell, Ben van Beurden, o Brasil é "o país mais excitante do mundo". A Shell acaba de realizar o maior negócio anunciado no mundo em 2015: a compra do BG Group pela Shell por US$ 70 bilhões, tem como pano de fundo o petróleo brasileiro. No comunicado ao mercado, a empresa anglo-holandesa afirmou que, após a aquisição, poderá saltar de uma produção de 52 mil barris/dia de petróleo para mais de 550 mil barris/dia.
Por sua vez, Guilherme Santos Mello, também professor da Unicamp, considera o Pré-sal uma questão estratégica não só para a estatal mas também para o país. "A Petrobrás pesquisou, descobriu e desenvolveu a tecnologia necessária para explorar esses poços, e agora possui reservas de alto rendimento em um setor muito arriscado, que é o do Gás e Petróleo".
Já Cláudio Gontijo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), avalia que "desfazer-se de ativos do pré-sal neste momento seria vendê-los por um valor abaixo do que realmente valem, por conta do contexto econômico. A médio prazo, o preço do barril do petróleo deve voltar a se valorizar e a empresa vai perder uma renda importante, além de recursos que poderiam ser revertidos em receitas fiscais para o Estado".
Produção do pré-sal deve crescer 70% neste ano, diz Bendine
Produção do pré-sal deve crescer 70% neste ano, diz Bendine
O Globo
Presidente da Petrobras destacou que estatal atingiu marca de 800 mil barris por dia nas bacias de Santos e Campos
IPOJUCA - A produção do pré-sal deve crescer 70 por cento neste ano, disse nesta quinta-feira o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, durante cerimônia de entrega de navio petroleiro à Transpetro pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE).
O executivo destacou, durante discurso no evento, que contava com a presença da presidente Dilma Rousseff, que a produção nas áreas do pré-sal, nas bacias de Santos e Campos, atingiu recentemente a marca de 800 mil barris de petróleo por dia (bpd), configurando um novo recorde (o volume inclui óleo de parceiros).
Bendine não estimou um volume médio para a produção do pré-sal em 2015.
A produção de petróleo no pré-sal tem contribuído de forma expressiva com o crescimento da produção no país, neste ano, em relação ao ano passado. Os volumes têm ajudado também a compensar o forte declínio de alguns campos maduros do país.
Em dezembro do ano passado, o pré-sal produziu média de 667 mil bpd, enquanto em janeiro de 2014 a produção média foi de 358,8 bpd, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Durante o evento, Bendine destacou ainda em seu discurso que a Petrobras sairá mais forte do momento que está enfrentando agora. A companhia está envolvida em um escândalo de desvio de dinheiro de contratos que teve a participação de empreiteiras, políticos, partidos e executivos de diversas companhias.
sábado, 16 de maio de 2015
O Pré-Sal por Samuel Pinheiro
Entendam o que está em jogo.O pré-sal tem reservas abundantes e de baixo risco exploratório, com custos cada vez menores. Em tais condições, derrubar o sistema de partilha é um retrocesso injustificável.
Posted by Em Defesa da Petrobras on Sábado, 16 de maio de 2015
O pré-sal é delas?
"Recomendamos a leitura desta ampla reportagem, publicada pela Revista Retrato do Brasil. O texto é imprescindível para...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Sábado, 16 de maio de 2015
Pré-sal vai à votação no Senado
Este é o grande golpe. E se ninguém reagir, o golpe passa.
Posted by Em Defesa da Petrobras on Sábado, 16 de maio de 2015
Pré-sal vai à votação no Senado
Brasil Econômico
Relator quer agilizar análise em comissões do projeto de José Serra (PSDB-SP) que altera o regime de partilha
Brasília - Na reta final das votações do ajuste fiscal na Câmara, o governo se prepara para entrar uma nova batalha no Congresso. Na próxima quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado colocará em votação o projeto de lei que propõe alterações no regime de partilha do pré-sal, tema que durante a última campanha colocou em lados opostos a presidenta Dilma Rousseff e seu adversário no segundo turno, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). De autoria do senador tucano José Serra (SP), o PL 131/2015 desobriga a Petrobras de integrar consórcios de exploração do pré-sal e exclui a cláusula estabelecida na lei de partilha, de 2010, que condiciona a participação da estatal em, no mínimo, 30% em cada licitação.
O relator da proposta é o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que já avisou que tem pressa em vê-lo aprovado. Pelo rito normal, o PL teria de passar, além da CCJ, pelas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Infraestrutura, antes de ir à votação no plenário do Senado. Mas, para acelerar o processo, Ferraço está negociando com os presidentes das três comissões uma votação conjunta, de modo que, em um mês, o projeto possa ser apreciado pelo plenário da Casa.
A presidenta Dilma Rousseff é contra o projeto e já avisou que ninguém no governo está autorizado a tocar no assunto enquanto não houver uma posição de consenso entre os ministros da área econômica. Por enquanto, já se manifestaram a favor da revisão do regime de partilha o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga. Mas, há indicações que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também é favorável a uma regra que permita a Petrobras decidir pela não participação dos leilões, se entender que não há necessidade estratégica ou suporte financeiro adequado.
Oficialmente, o Planalto nega que quaisquer mudanças no regime de partilha do pré-sal estejam em discussão neste momento, quando todo o núcleo de articulação política está voltado para votar o ajuste fiscal no Congresso. Mas, fontes ouvidas pelo Brasil Econômico disseram que a presidenta passou a avaliar com preocupação o assunto e já sinalizou que, na hipótese do texto-base de Serra ser aprovado sem alterações, o desfecho “certamente” seria o veto presidencial. “Da forma como está, não há qualquer chance de esse projeto contar com o aval do governo. A presidenta, inclusive, não quer ouvir falar nesse assunto”, disse um auxiliar de Dilma, acrescentando que todas as atenções estão voltadas para o ajuste fiscal.
A defesa do modelo de partilha vigente não é apenas ideológica, frisa um integrante do governo, sob condição de anonimato. A avaliação oficial é que tanto a regra que condiciona a participação mínima em 30%, quanto a que determina que a Petrobras seja a operadora única do pré-sal são vantajosas à Petrobras, embora reconheça que as regras possam colocar em risco a saúde financeira da empresa num ano de dificuldades de obter recursos para tocar projetos prioritários.
Envolvida em um esquema de corrupção deflagrado pela Operação Lava Jato, a Petrobras acumula dívidas cinco vezes superiores a sua capacidade operacional de geração de receitas. A empresa também já avisou, por meio de seu novo presidente, Aldemir Bendine, que não tem condições de participar em novas licitações do pré-sal neste momento. Mas também reconhece que os resultados na exploração da camada profunda de petróleo têm sido mais do que satisfatórios. Ao mesmo tempo em que elevou a produção na Bacia de Campos para cerca de 800 mil barris ao dia, a Petrobras conseguiu derrubar o custo de extração para US$ 9 o barril, 38% menos que a média obtida pela estatal nos demais campos de petróleo, de cerca de US$ 14,6 por barril.
São esses números que o governo se apega para defender a manutenção do modelo de partilha sem alterações. Essa posição só será revista, disse uma fonte, se a presidenta Dilma entender que a Petrobras não terá como arcar com os custos de participar de um novo leilão. Ou se a petista entender que um veto ao projeto do senador José Serra, caso seja aprovado no Congresso, poderá colocar em risco a capacidade de articulação política do governo. “Se a situação estiver muito difícil, é possível que a presidenta opte por não vetar o projeto. Mas, se assim o fizer, não será por convicção, e sim para evitar mais uma fadiga com o Congresso.”
AS OPÇÕES EM JOGO
Modelo de concessão
■ Como funciona — Empresas interessadas disputam o direito de explorar e produzir petróleo em áreas licitadas pelo Estado. Em caso de descoberta comercial, o concessionário tem de pagar à União, em dinheiro, tributos incidentes sobre a renda, além de ressarcir o Estado com royalties, participações especiais e pagamento pela ocupação ou retenção de área.
■ Áreas onde o modelo é adotado — Marlim, Roncador, Lula e Jubarte.
Modelo de partilha
■ Como funciona — Durante a licitação do bloco, a empresa que oferecer à União a maior participação no volume de óleo produzido sagra-se vencedora. Se houver descoberta comercial, ela pode solicitar o ressarcimento de despesas na exploração (o chamado óleo-custo). Como em outros modelos, há a cobrança de royalties, além do pagamento de bônus de assinatura do contrato, fixado no edital. Outra exigência é a participação da Petrobras como operadora exclusiva, com participação mínima de 30% no consórcio.
■ Áreas onde é adotado — Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, foi a primeira a ser licitada sob esse regime. A Petrobras tem 40% de participação nesse bloco. Mas ainda há mais áreas a ser licitadas. Atualmente, o pré-sal engloba cerca de cerca de 800 km de extensão, que vai dos litorais dos estados de Santa Catarina ao Espírito Santo.
Cessão onerosa
■ Como funciona — A União cedeu à Petrobras o direito de exercer, por meio de contratação direta, atividades de exploração e produção em áreas do pré-sal que não estão sob o modelo de concessão, limitadas ao volume máximo de 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Os contratos de cessão têm duração de 40 anos, prorrogáveis por mais cinco anos.
■ Áreas onde o modelo é adotado — Franco, Florim, Nordeste de Tupi, Sul de Tupi, Sul de Guará, Entorno de Iara e Peroba.
O que está em jogo no pré-sal
■ Menor custo de exploração
Atualmente, o custo de exploração do pré-sal, segundo a Petrobras, caiu para US$ 9 o barril. Representa 38% menos que a média da estatal, de US$ 14,6 por barril, e 40% menos que o valor praticado pelas empresas do setor, de cerca de US$ 15 por barril.
■ Agilidade na exploração
Em dezembro, a produção diária no pré-sal atingiu a marca de 800 mil barris. Em junho de 2014, esse patamar era de 500 mil barris diários, diz a Petrobras, acrescentando que, para atingir essa marca em outros campos de exploração, foram necessários 31 anos de trabalho e a construção de 4.108 poços produtores. Na Bacia de Campos, esse volume foi atingido com 21 anos de exploração e apenas 411 poços produtores.
■ Ociosidade de produção ainda elevada
A Petrobras acredita ter conseguido elevar a produção no pré-sal para algo como 20% da capacidade. A meta da empresa é elevar essa utilização para 52% em 2018. Outra vantagem, diz a empresa, diz respeito ao alto poder de acerto na exploração. “Alcançamos 100% de sucesso exploratório no polo pré-Sal da Bacia de Santos em 2014, ou seja, encontramos óleo em todas as perfurações realizadas nessa área”, conta a estatal.
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Nosso lucro líquido no 1º trimestre de 2015 foi de R$ 5,3 bilhões
Nosso lucro líquido no 1º trimestre de 2015 foi de R$ 5,3 bilhões
Petrobras - Fatos e Dados
Leia o comunicado que divulgamos nesta sexta-feira (15/5) sobre nossos resultados do 1º trimestre de 2015:
• A Petrobras obteve lucro líquido de R$ 5,3 bilhões no primeiro trimestre de 2015, 1% inferior ao mesmo período do ano passado. O resultado reflete o aumento da despesa financeira líquida da companhia, principalmente em função da maior depreciação do real em relação ao dólar.
• O lucro operacional foi de R$ 13,3 bilhões, 76% superior ao do primeiro trimestre do ano passado, principalmente devido ao crescimento da produção de petróleo e gás, às maiores margens na comercialização de derivados e aos menores gastos com participação governamental e importações. Além disso, o resultado do 1º trimestre de 2014 foi impactado pelo provisionamento de gastos com o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (R$ 2,4 bilhões), o que não se repetiu em 2015.
• O EBITDA ajustado do trimestre foi de R$ 21,5 bilhões, um aumento de 50% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. O resultado reflete os aumentos nos preços de diesel e gasolina em novembro de 2014, assim como o maior lucro operacional acima destacado.
• Os investimentos totalizaram R$ 17,8 bilhões, 13% inferior a do 1º trimestre de 2014. O foco dos investimentos foi o segmento de Exploração e Produção no Brasil, que recebeu 79% dos recursos, com destaque para os projetos de aumento da capacidade produtiva.
• A Petrobras terminou o trimestre com R$ 68,2 bilhões em caixa.
Destaques operacionais
• A produção de petróleo e gás natural da Petrobras (Brasil e exterior) cresceu 11% em relação ao 1º trimestre de 2014, atingindo a média de 2 milhões 803 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). Em abril, foi atingido recorde na produção mensal de petróleo no pré-sal, de 715 mil barris por dia.
• Neste trimestre, foi iniciada a operação do sistema de produção antecipada do campo de Búzios (Bacia de Santos); da P-61, no campo de Papa-Terra (Bacia de Campos); e do campo de Hadrian South, em águas ultraprofundas no Golfo do México (EUA).
• No refino, a produção total de derivados no Brasil e exterior foi de 2 milhões 119 mil bpd, 8% inferior ao mesmo período de 2014. A queda na produção doméstica deveu-se à parada programada na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, parcialmente compensada pela contribuição da produção da RNEST.
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sexta-feira, 15 de maio de 2015
Dilma diz que política de conteúdo local não será revista em seu governo
"A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira, 14, durante cerimônia de inauguração de dois navios petroleiros...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Sexta, 15 de maio de 2015
Dilma diz que política de conteúdo local não será revista em seu governo
Estadão
Presidente foi enfática ao dizer que, no seu governo, as políticas de conteúdo local e regime de partilha nos campos de petróleo serão mantidas
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira, 14, durante cerimônia de inauguração de dois navios petroleiros em Pernambuco, que a política de exigência de conteúdo local não deve ser revista no seu governo. “A política de conteúdo local não é algo que pode ser afastado, a política de conteúdo local é o centro da política de recuperação da capacidade de investimento deste País”, afirmou. “A política de conteúdo local veio pra ficar, é uma opção que fizemos ainda no governo Lula”, acrescentou.
Dilma foi enfática ao dizer que, no seu governo, as políticas de conteúdo local e regime de partilha nos campos de petróleo serão mantidas. “Queremos produzir no Brasil aquilo que pode ser produzido no Brasil”. Ela reconheceu que houve problemas quando a indústria naval foi retomada, mas disse que isso é normal no início da curva de aprendizado. “Que país não teve problemas quando resolveu empreender, ser pioneiro numa indústria?”, argumentou.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse recentemente que o governo estuda mudanças na política de conteúdo local para o setor de petróleo – que exige que boa parte dos equipamentos usados nos blocos de exploração sejam construídos no País. Segundo ele, o ministério trabalha para apresentar em 30 a 60 dias uma proposta para o governo, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Ambos os modelos fazem sentido, um quando não se sabe onde tem petróleo e outro quando se sabe que ali tem petróleo”, disse Dilma ao comentar sobre os modelos de concessão e de partilha. “Os dois modelos que vigem no Brasil serão mantidos. O modelo de concessões para a exploração e prospecção em áreas de alto risco, onde quem achar fica com o petróleo. E o modelo de partilha, na poligonal do petróleo, onde se sabe que tem muito petróleo, e de alta qualidade. Nesse caso, a sociedade brasileira tem de ter o direito à chamada parte do Leão”, afirmou Dilma.
A presidente participou da cerimônia no estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE), para o lançamento do navio encomendado pela Petrobras André Rebouças, e do batismo do navio Marcílio Dias, ainda em fase de construção. Na plateia, estão centenas de funcionários, que relataram à Agência Estado, sem se identificarem, o clima de insegurança dentro do estaleiro.
Petrobras
A presidente também voltou a defender a Petrobras, afirmando que mesmo em meio ao escândalo de corrupção na estatal, a empresa ganhou o “Oscar tecnológico” na OTC. “Que ironia, no momento em que a gente enfrenta os malfeitos, as tentativas de uso indevido da empresa, os processos de corrupção, essa mesma empresa é forte o suficiente para ganhar o ‘Oscar tecnológico’ na OTC”, comentou. Ela afirmou que a companhia foi premiada por ter capacidade de extrair petróleo em grandes profundidades, a um preço competitivo.
Segundo Dilma, se a demanda por navios e plataformas não for atendida por trabalhadores brasileiros, por empresas instaladas aqui – “aceitamos também investidores de fora, que venham gerar emprego aqui” -, o Brasil corre o risco de viver a chamada maldição do petróleo, ou doença holandesa. “Temos de ter uma cadeia de petróleo e gás fornecendo produtos, com trabalhadores brasileiros”.
A presidente afirmou ainda ter a convicção que a Petrobras e a capacidade de exploração e produção de petróleo e gás vão transformar o Brasil em um grande exportador, mas mesmo antes disso a demanda por navios, plataformas e sondas vai continuar existindo. Para isso, explicou ela, além de demanda da Petrobras, existe o financiamento do Fundo da Marinha Mercante e o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).
Indústria brasileira em situação "gravíssima"
Lembrar que a Petrobrás responde por 70 a 80% das encomendas à indústria naval¹ e por METADE das compras de bens de...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Sexta, 15 de maio de 2015
Indústria brasileira em situação "gravíssima"
AEPET
A situação gravíssima da indústria brasileira não se restringe a um de seus segmentos ou a uma localidade do País. Ela é geral. E mais: no primeiro trimestre deste ano, os números do IBGE mostram que a crise do setor industrial se aprofundou.
De fato, a atividade produtiva da indústria nacional fechou o primeiro trimestre com queda de 5,9%, piorando seu quadro evolutivo observado desde o primeiro trimestre de 2014 – cujas taxas trimestrais foram, respectivamente, do primeiro ao quarto trimestre, de +0,6%, –5,3%, –3,5% e –4,1% (variações calculadas com relação ao mesmo período do ano anterior). A taxa acumulada em doze meses projeta uma retração da produção industrial de 4,7% em 2015, ou ainda, um decréscimo maior do que o registrado no ano passado (–3,2%).
Em São Paulo, a produção industrial, que apresentou a maior retração em 2014 (–6,3%) relativamente a outras localidades do País, continua amargando uma queda fortíssima no primeiro trimestre deste ano, de –5,4%. Isso não se deve somente ao encolhimento expressivo (–13,7%) da produção do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias nesse período, mas também a quedas significativas em outros de seus ramos industriais, como, por exemplo, o de máquinas e equipamentos (–10,1%), de produtos alimentícios (–7,3%), de outros produtos químicos (–6,6%), de metalurgia (–9,8%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (–9,3%) e de celulose, papel e produtos de papel (–7,1%) – todas as taxas calculadas com relação ao primeiro trimestre do ano passado.
A produção industrial vai claramente piorando, trimestre após trimestre, no Amazonas e nos estados do Sul. Tomando-se o terceiro e quarto trimestres do ano passado e o primeiro deste ano, sempre nessa ordem, a evolução da atividade produtiva da indústria amazonense foi a seguinte: –7,3%, –11,1% e –17,8%. No Rio Grande do Sul, ela também despencou: –5,6%, –3,9% e –8,8%. Algo semelhante pode ser visto em Santa Catarina (–2,0%, –3,7% e –7,0%) e no Paraná (–8,1%, –4,2% e –10,5%). No Nordeste, o ligeiro crescimento no quarto trimestre de 2014 não era um prenúncio de um melhor início em 2015. As taxas de variação da produção industrial nessa região foram de –0,3%, +0,3% no terceiro e quarto trimestres do ano passado e –5,8% no primeiro trimestre deste ano.
E se as produções das indústrias do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, outros dois importantes centros industriais do País, apresentaram resultados relativamente melhores no ano passado – ou seja, a produção nesses estados caiu menos em 2014, a saber: –2,8% no Rio de Janeiro e –2,9% em Minas –, no primeiro trimestre deste ano, a atividade produtiva fluminense recuou 6,3% e a mineira, 8,0%!
Por fim, vale dizer que os números positivos da produção industrial no Espírito Santo refletem, sobretudo, a recuperação de sua indústria extrativa, cuja atividade havia caído de modo expressivo em períodos anteriores.
quinta-feira, 14 de maio de 2015
20 anos de resistência
"Os petroleiros tiveram que enfrentar até mesmo o Exército, que, a mando dos tucanos, invadiu várias refinarias da...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Quinta, 14 de maio de 2015
Sete Brasil se reestrutura para tentar sobreviver
"Endividada e sem dinheiro para desenvolver seu projeto, que previa a construção de 29 sondas, 28 das quais para a...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Quinta, 14 de maio de 2015
Sete Brasil se reestrutura para tentar sobreviver
SINAVAL
A Sete Brasil, contratada pela Petrobras para construir um pacote bilionário de sondas de perfuração, tenta fechar esta semana, com o apoio de acionistas e de credores, um intrincado quebra-cabeças. Amanhã, a Sete vai submeter aos acionistas, em assembleia geral extraordinária (AGE), um plano de reestruturação que busca definir de que forma a empresa vai renegociar a sua dívida, hoje na casa dos US$ 4,5 bilhões, e qual será o novo plano de negócios da companhia. Sem pagar a um grupo de cinco estaleiros desde novembro de 2014, aos quais deve US$ 1,2 bilhão, a Sete tem pressa em encontrar saídas para uma crise que se arrasta há meses sem solução.
Sergio Bacci, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), disse que qualquer tentativa de renegociação dos afretamentos precisa considerar a oferta de sondas no mercado. “Assim como a oferta de sondas no mercado aumenta com a queda nos preços [do petróleo], essa oferta diminui quando os preços voltam a subir.”
Caso o plano de reestruturação da Sete Brasil seja aprovado amanhã pelos acionistas, será preciso que a proposta, apresentada em documento de 170 páginas, passe também pelo crivo dos credores da companhia, na sexta-feira. Se o plano for rejeitado pela AGE, precisará ser refeito até o fim de junho, quando vence o prazo acertado com seis bancos credores que aceitaram prorrogar o vencimento de dívidas de curto prazo da Sete de US$ 3,6 bilhões por 90 dias. O acordo com os bancos surgiu como contrapartida à prorrogação dos empréstimos. O acerto ocorreu em 31 de março e vale até 30 de junho. É dentro desse período que será preciso encontrar uma fórmula que permita à empresa superar a crise. Caso contrário, a Sete Brasil poderá tornar-se alvo de execuções de garantias pelos credores.
Endividada e sem dinheiro para desenvolver seu projeto, que previa a construção de 29 sondas, 28 das quais para a Petrobras, com investimentos totais de US$ 25,5 bilhões, o futuro da Sete Brasil virou uma incógnita, assim como o de vários dos estaleiros contratados. Ao mesmo tempo, o preço do petróleo, em recuperação, despencou nos últimos meses, criando dúvidas no mercado se, no atual cenário, a Petrobras poderia tentar renegociar com a Sete Brasil as taxas de afretamento (aluguel) das sondas. “Se a Petrobras quiser sustentar o plano de negócios dela tirando dos acionistas da Sete Brasil, vai quebrar a companhia”, disse fonte do setor. Procurada, a Petrobras não se pronunciou.
O presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Carneiro, disse ao Valor que a empresa trabalhou nos últimos 45 dias na elaboração do plano de reestruturação. Ele não quis detalhar os pontos contidos no trabalho. Pessoas próximas aos acionistas disseram que a proposta considera várias alternativas. Inclui aspectos sobre como financiar a companhia e sobre a disponibilidade de recursos para desenvolver a construção das sondas.
No mercado doméstico, a companhia não desistiu de obter, em algum momento, financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), assim como o apoio de longo prazo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF). “Há negociações com todos os credores para colocar mais recursos na empresa”, limitou-se a dizer Carneiro.
Além da questão de como financiar o projeto, o plano de reestruturação da Sete Brasil vai focar em pontos relacionados à performance dos estaleiros e fará uma avaliação sobre o estágio das sondas hoje em construção.
Carneiro admitiu que “dificilmente” o plano da empresa de construir 29 sondas de perfuração será mantido. Ele não quis dizer qual será o tamanho do novo portfólio, pois no plano de reestruturação da companhia há vários cenários sendo avaliados.
No mercado, há informações de que a carteira poderia ser reduzida para algo entre 16 e 19 unidades. Segundo Carneiro, a dívida total da Sete Brasil com os estaleiros, que somava US$ 850 milhões em fevereiro, alcançou US$ 1,2 bilhão. A dívida cresceu porque há dois estaleiros que, mesmo sem receber da Sete Brasil, continuaram a trabalhar nas obras. São eles KeppelFels, de Angra dos Reis (seis unidades) e Jurong, do Espírito Santo (sete unidades). Ambos são controlados por capitais de Cingapura.
Nos demais estaleiros, porém, a situação é incerta. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, cancelou de forma unilateral o contrato que tinha com a Sete para construir sete sondas. Não está claro até agora se o EAS poderá deixar definitivamente o projeto ou se poderá executar somente parte das unidades. São todas possibilidades em aberto até o momento.
Outros estaleiros estão em situação semelhante. Um deles é o Enseada, da Bahia, que interrompeu as obras de construção do estaleiro, fechou as portas e demitiu milhares de trabalhadores. Outro caso parecido é o do Estaleiro Rio Grande (ERG), cujo grupo controlador, a Engevix, enfrenta dificuldades financeiras depois de ser envolvido na operação Lava-Jato. Tanto o Enseada como o ERG poderão terminar com um número menor de unidades ou até mesmo serem excluídos do projeto.
No financiamento, uma possibilidade considerada é que os credores aceitem transformar parte da dívida com vencimento a curto prazo em crédito de longo prazo. Mas a empresa precisa também de novos recursos, o que passa pelo aporte de potenciais investidores, entre os quais aparecem os asiáticos. Hoje, além da dívida, a Sete tem disponibilidade de caixa suficiente apenas para fazer frente a compromissos de despesas gerais e administrativas.
Em relação ao Jurong, envolvido nas denúncias da operação Lava-Jato, Carneiro disse que, legalmente, existe um contrato entre o estaleiro e a Sete Brasil que está sendo seguido. “Mais adiante vamos ver o que será decido pela Justiça e nos adequaremos ao que for decidido.” O executivo disse ainda que não poderia falar sobre como deve ficar a situação de cada estaleiro, em termos de encomendas, pois há várias opções sobre a mesa para serem decididas por acionistas e credores. Mas as indicações são de que, em confirmando-se a redução da carteira de encomendas, Keppel Fels e Jurong consigam garantir os contratos que possuem.
Para Bacci, da Abenav, o corte nas encomendas pode até ocorrer, mas depois será preciso garantir novas obras. “Esperamos que seja um passo atrás para dar dois passos à frente depois.”
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Petrobras quer concluir obras no Comperj e na Rnest o quanto antes
Petrobras quer concluir obras no Comperj e na Rnest o quanto antes
Correio do Brasil
A conclusão de refinarias em Pernambuco e no Rio de Janeiro estará prevista no Plano de Negócios 2015-2019 da Petrobras a ser divulgado até junho, mas ainda há incertezas sobre quando e como serão efetivados os investimentos para o encerramento das obras nas unidades envolvidas no escândalo de corrupção, de acordo com uma fonte próxima à companhia. A finalização da Refinaria do Nordeste (Rnest), também conhecida como Abreu e Lima, e do Comperj dependerá do fôlego da estatal para aportes e da disponibilidade de empreiteiras, uma vez que as maiores estão proibidas de fechar novos contratos com a petroleira em razão dos desvios apontados pela Polícia Federal.
Eventuais investidores interessados em ter uma fatia minoritária nos ativos de refino –ainda que a política de preços de combustíveis no Brasil seja pouco estimulante para um sócio privado– também poderiam ajudar na conclusão dos projetos, disse a fonte, que está envolvida na elaboração do plano.
– As duas (refinarias) estão no plano, e o timing depende de algumas variáveis – afirmou a fonte, na condição de anonimato, sem dar detalhes sobre investimentos projetados para 2015-2019.
Procurada, a Petrobras não comentou imediatamente o assunto.
No balanço do ano passado, a companhia anunciou redução de mais de 44 bilhões de reais no valor de seus ativos, com a Rnest e o Comperj respondendo por cerca de 70% dessa desvalorização, e a empresa citando diversos problemas, como falha no planejamento dos projetos. A estatal ainda contabilizou perdas de R$ 6,2 bilhões de reais por corrupção em 2014. Apesar dos atrasos e dos bilhões já gastos na Rnest e no Comperj, os projetos estarão no plano de negócios porque, com eles, a Petrobras ficará muito próxima de ter no futuro uma autossuficiência em refino.
A refinaria no Rio de Janeiro está com mais de 80% das obras concluídas e poderá agregar até 200 mil barris de capacidade, disse a fonte. Já o segundo trem de refino da Rnest – o primeiro foi inaugurado em 2014 – também fará parte do plano de negócios, com previsão de agregar 115 mil barris/dia de processamento.
A fonte também confirmou que não mais haverá complexo petroquímico no Comperj. No início de fevereiro, a petroquímica Braskem já havia indicado desistência do projeto. O plano de investimento para os próximos cinco anos da Petrobras, atualizado anualmente, que sempre projeta a maior parte dos aportes para a área de Exploração & Produção, também virá menor que o anterior, disse a fonte, sem detalhar.
Uma boa medida disso é intenção da Petrobras no próximo leilão de áreas exploratórias do governo, em outubro, quando a empresa terá uma atuação “precisa” e “não será megalomaníaca”, disse a fonte. Normalmente, a petroleira domina tais licitações.
Investidores
Para concluir a Rnest e a unidade de refino em obras no Rio de Janeiro, a Petrobras cogita a possibilidade de fechar parcerias com investidores nacionais e estrangeiros. Nas próximas semanas, duas missões de China e Japão estarão no país para estudar oportunidade de investimentos no Brasil, incluindo ativos da Petrobras, disse a fonte. Afetada pela corrupção, queda do preço do barril de petróleo e um endividamento crescente, a estatal tem agora um plano de desinvestimentos em 2015 e 2016 mais agressivo, de cerca de US$ 13 bilhões.
– Se aparecer um interessado nesse investimento, o que permitiria sobra de caixa para outros projetos, vamos fazer essa parceria. Poderíamos dar 10% ou 20% de uma refinaria, por que não? – questiona.
Um investidor privado de fora do Brasil para a área de refino, porém, certamente teria mais interesse em atuar no país com uma política mais transparente de reajustes de combustíveis e que reflita cotações de mercado. A nova diretoria da estatal, no entanto, tem evitado fazer comentários detalhados sobre os preços administrados do governo.
Projetos e pagamentos
O “timing” para o andamento de Comperj e Rnest esbarra na capacidade de investimentos e também nos prestadores de serviço acusados de envolvimento no esquema de sobrepreço em projetos e pagamentos de propinas. Dependendo do andamento das investigações e dos acordos de leniência entre empreiteiras e governo, além das decisões judiciais, a Petrobras poderia recorrer a empresas de fora do país, caso fornecedores locais continuem impedidos de realizar negócios com a estatal, em função dos casos de corrupção. E a fonte acrescenta:
– Há dois problemas para esses projetos: capacidade de investimento e problema de fornecedor. Quando os fornecedores vão fazer acordo com a Justiça e vão estar novamente habilitados para continuar? O outro problema é: em não havendo acordo de leniência, há no mercado fornecedor capacitado para continuar?.
A ideia da estatal, superadas as adversidades, é primeiro finalizar a obra do Comperj e depois concluir a obra da refinaria de Pernambuco, que já está em operação com seu primeiro trem de refino.
Produção
A queda na produção mensal de petróleo da Petrobras nos primeiros meses deste ano, na comparação com o mês anterior, tem chamado a atenção do mercado e de analistas sobre a capacidade de recuperação e de geração de caixa da Petrobras. No entanto, disse a fonte, os dados negativos do primeiro trimestre se devem a paradas programadas e não programadas de plataformas, que não comprometem a meta prevista para este ano.
– Isso é comum, tem parada programada, não programada, mais ou menos dias úteis… Mas está tudo muito bem planejado e dentro da ideia de crescimento da produção este ano de pelo menos uns 3%. Dificilmente isso vai ter alteração – adicionou.
A meta da companhia divulgada no início do ano é de um crescimento de 4,5% na produção de petróleo no Brasil em 2015 ante 2014, com variação de 1 ponto percentual para mais ou para menos. Em 2014, a produção da nacional de petróleo da Petrobras somou 2,034 milhões de barris/dia, crescimento de pouco mais de 5% ante 2013 – após dois anos seguidos de queda na extração anual – com a colaboração do pré-sal.
De acordo com a fonte, a produção no pré-sal já chegou a atingir o pico de 808 mil barris/dia de óleo equivalente (boe, petróleo e gás), e a tendência é expansionista, com possibilidade de se atingir 1 milhão de boe até 2016.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Para Petrobras, produção e custos já mostram acerto do regime de partilha do pré-sal
Para Petrobras, produção e custos já mostram acerto do regime de partilha do pré-sal"Produtividade é maior do que se...
Posted by Em Defesa da Petrobras on Quarta, 13 de maio de 2015
Para Petrobras, produção e custos já mostram acerto do regime de partilha do pré-sal
RBA
Produtividade é maior do que se previa; calculava-se que os poços renderiam de 15 a 20 mil barris diários, mas a média está em 25 mil, chegando a 40 mil
São Paulo – As primeiras notícias do pré-sal correram o mundo há oito anos e colocaram o Brasil imediatamente no grupo das potências globais de energia. Especialistas chegaram a duvidar da capacidade de se retirar petróleo a 300 quilômetros da costa brasileira e a mais de 5 mil de profundidade no mar. Hoje, porém, os resultados são surpreendentes e mostram o pré-sal como uma realidade bastante concreta.
Em março deste ano, a produção no pré-sal chegou 672 mil barris por dia (equivalente a 28% da produção nacional), bem acima dos 395 mil de 2014 e dos 42 mil de 2010. A produtividade também é maior do que se previa. Calculou-se inicialmente que os poços renderiam de 15 a 20 mil barris diários. Atualmente, a média está em 25 mil, chegando 40 mil em poços dos campos de Sapinhoá e Lula (na bacia de Santos).
Os custos de produção eram outra fonte de dúvida, por conta do desafio tecnológico. No começo, estimou-se que o pré-sal seria viável a US$ 45 por barril. Nesta semana, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, informou que os números de viabilidade econômica caminham para valores bem menores, em torno de US$ 9, graças à escala de produção maior e aos investimentos em tecnologia.
“Nós podemos garantir que o pré-sal é viável com um custo de produção de nove dólares por barril. Se considerarmos que duas unidades de produção ainda não estão produzindo com sua capacidade total, o custo de produção será menor ainda. A eficiência operacional em torno de 92% contribuiu significativamente para atingirmos estes baixos custos”, afirmou.
Segundo ela, o pré-sal se desenvolveu com mais velocidade na bacia de Campos, no litoral norte do Rio de Janeiro, devido à infraestrutura já existente. A primeira produção comercial ocorreu em 2008. Já na bacia de Santos, os desafios foram bem maiores, uma vez que não havia infraestrutura instalada, os reservatórios estão a 2.500 metros de profundidades no mar, além de uma camada de sal de 2 mil metros de espessura. No final das contas, o petróleo encontra-se até 7 mil metros abaixo da superfície do mar.
Educação e Saúde
Com resultados expressivos, uma das vantagens do pré-sal é o modelo de exploração. Foi escolhido o sistema de “partilha” que garante à Petrobras uma participação de, pelo menos, 30% nos consórcios. Se O Pré-sal fosse pelo formato de “concessão”, a empresa operadora seria detentora integral do que se produz. A lei brasileira garante ainda que 75% dos royaltes do pré-sal devem ser aplicados na área de Educação e 25% em Saúde
“O modelo de partilha é o mais compensador para o país, pelo fato de o pré-sal ser uma reserva testada e segura”, diz o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Para ele, a escolha do governo foi muita acertada e tem uma dimensão estratégica para além da área de petróleo. “É muito importante o uso dos 75% dos royalties para Educação e os 25% para Saúde”, acrescentou.
A defesa do imperialismo do dólar
A defesa do imperialismo do dólar
Desenvolvimentistas | Por Mike Whitney
“A ‘necessidade’ de o Fed ter um papel ainda mais activo, enquanto os estrangeiros abrandam ainda mais a compra da nossa divisa, é para travar a corrida da desvalorização cambial que ocorre no mundo desenvolvido – uma corrida que está a precipitar-nos para o fim do actual regime de divisas”.
– Stephanie Pomboy, MacroMavens
“Seja o que for que os nossos correspondentes ocidentais nos digam, podemos ver o que se está a passar. A NATO está a montar descaradamente as suas forças na Europa de Leste, incluindo as áreas do Mar Vermelho e do Mar Báltico. As suas actividades operacionais e de treino em combate estão a aumentar”.
– Presidente russo Vladimir Putin
Se houvesse uma forma de os Estados Unidos poderem concretizar os seus objectivos a longo prazo e, simultaneamente, evitarem uma guerra com a Rússia, fa-lo-iam. Infelizmente, isso não é uma opção e por isso vai haver um confronto entre os dois adversários com armas nucleares em algum momento no futuro próximo.
Passo a explicar: A administração Obama está a tentar reequilibrar a política dos EUA mudando o foco da atenção do Médio Oriente para a Ásia, que, segundo se prevê, será a região de maior crescimento no próximo século. Chama-se a esta mudança de política o “pivô” para a Ásia. A fim de beneficiar do grande crescimento da Ásia, os EUA planeiam incrementar a sua presença neste continente, expandir as suas bases militares, reforçar alianças bilaterais e acordos comerciais e assumir o papel-chave da segurança regional. O objectivo nada secreto desta política é a “contenção” da China, ou seja, Washington quer preservar a sua posição de única superpotência mundial, controlando o crescimento explosivo da China. (Os EUA querem uma China fraca, dividida, que faça o que lhe mandarem).
A fim de atingir os seus objectivos na Ásia, os EUA precisam de empurrar a NATO mais para Leste, apertar o seu cerco à Rússia e controlar o fluxo do petróleo e do gás de Leste para Oeste. Estas são as pré-condições necessárias para instituir o domínio hegemónico no continente. E é por isso que a administração Obama está tão interessada em apoiar o governo torpe da junta de Kiev; é porque Washington precisa das tropas de choque neonazis de Poroshenko para arrastar a Rússia a um conflito na Ucrânia que esgote os seus recursos, desacredite Putin aos olhos dos seus parceiros comerciais da UE e crie o pretexto para posicionar a NATO na fronteira ocidental da Rússia.
A ideia de que o exército pró-Obama na Ucrânia está a defender a soberania do país é uma charlatanice pura. O que se passa nos bastidores é que os EUA estão a tentar combater um declínio económico irreversível e uma parte sempre contracção do PIB global, em permanente redução, através da força militar. Assistimos hoje na Ucrânia a uma versão do século XXI do Grande Jogo, implementado por fantasistas políticos e com dificuldades financeiras, que acham que podem atrasar o relógio para o tempo do apogeu pós II Guerra Mundial do Império americano, quando o mundo era a pérola da América. Graças a Deus, esse período acabou.
Não se esqueçam que as gloriosas forças armadas americanas passaram os últimos 13 anos a lutar no Afeganistão com pastores de cabras calçados com sandálias num conflito que, na melhor das hipóteses, pode ser caracterizado como um impasse. E agora a Casa Branca quer conquistar a Rússia?
Estão a ver a loucura desta política?
Foi por isso que o secretário da Defesa, Chuck Hagel, foi demitido na semana passada, porque não se mostrou suficientemente ansioso para prosseguir nesta política louca de reforçar as guerras no Afeganistão, no Iraque, na Síria e na Ucrânia. Toda a gente sabe que é verdade, a administração nem sequer tentou negá-lo. Preferem agarrar-se a palhaços enraivecidos, como Susan Rice e Samantha Power, do que a um veterano condecorado que tem mais credibilidade e inteligência no dedo mindinho do que toda a equipa de Segurança Nacional de Obama, em conjunto.
Portanto, Obama está agora totalmente rodeado por imbecis defensores da guerra, que subscrevem o mesmo conto de fadas de que os EUA vão reduzir a Rússia a pó, derrubar Assad, redesenhar o mapa do Médio Oriente, controlar o fluxo de gás e de petróleo do Médio Oriente para os mercados da UE, e estabelecer miríades de bases pela Ásia onde podem manter um controlo apertado sobre o crescimento da China.
Diga-me, caro leitor, isso não lhe parece um pouco improvável?
Claro que a claque de Obama pensa que tem tudo sob controlo, porque, bem, porque é o que lhe têm dito para pensar e porque isso é o que os EUA têm de fazer se quiserem manter a sua posição excelsa enquanto única superpotência mundial, quando o seu significado económico no mundo está a declinar paulatinamente. Este é o problema. A nação excepcional está a tornar-se cada vez menos excepcional e é isso que tem preocupado a classe política, porque vêem os graffiti nas paredes e eles dizem: “Gozem enquanto dura, porque já não vão ser o número um por muito mais tempo”.
Os EUA também têm aliados nesta louca cruzada, nomeadamente Israel e a Arábia Saudita. Os sauditas têm sido especialmente prestimosos ultimamente, inundando o mercado com petróleo para fazer baixar os preços e esmagar a economia russa. (Na sexta-feira, os preços de referência do crude caíram ao nível do preço de há quatro anos, com o preço do crude Brent a baixar para os 69,11 dólares por barril). A administração Obama está a usar o clássico golpe duplo das sanções económicas e da quebra das receitas do petróleo para forçar Moscovo a retirar-se da Crimeia, para que Washington possa avançar com o seu arsenal nuclear para uma distância mínima de Moscovo. Aqui está algo do Guardian:
“Pensem em como a administração Obama vê o estado do mundo. Quer que Teerão desista do seu programa nuclear. Quer que Vladimir Putin se retire da Ucrânia oriental. Mas, depois das recentes experiências no Iraque e no Afeganistão, a Casa Branca não está interessada em pôr as botas americanas no terreno. Em vez disso, e com a ajuda do seu aliado saudita, Washington está a tentar baixar o preço do petróleo, inundando de crude um mercado já débil. Como os russos e os iranianos são profundamente dependentes das exportações do petróleo, a presunção é que assim será mais fácil lidar com eles. John Kerry, o secretário de Estado dos EUA alegadamente fechou um acordo com o rei Abdullah em Setembro, segundo o qual os sauditas venderiam o crude abaixo do preço de mercado. Isso ajudaria a explicar porque é que o preço tem estado a descer numa altura em que, dadas as convulsões no Iraque e na Síria provocadas pelo ‘estado islâmico’, o natural seria que estivesse a subir”.
( Stakes are high as US plays the oil card against Iran and Russia , Larry Eliot, Guardian )
E há mais, de Patrick L. Smith, do Salon:
“Menos de uma semana depois da assinatura do Protocolo Minsk, Kerry fez uma viagem pouco noticiada a Jedá para se encontrar com o rei Abdullah na sua residência de Verão. Quando acabou por ser noticiada, foi justificada como fazendo parte da campanha de Kerry para garantir o apoio árabe na luta contra o ‘estado islâmico’”. Alto lá. A visita não foi só por causa disso, é o que me dizem minhas fontes de confiança. A outra metade da visita teve a ver com o desejo inabalável de Washington de arruinar a economia russa. Para isso, Kerry disse aos sauditas 1) para aumentar a produção, e 2) para reduzir o preço do crude. Não se esqueçam destes números pertinentes: os sauditas precisam de um preço de menos de 30 dólares/barril para equilibrar o orçamento nacional, enquanto os russos precisam de 105 dólares. Pouco depois da visita de Kerry, os sauditas começaram de facto a aumentar a produção – em mais 100 mil barris por dia durante o resto de Setembro, segundo parece, para virem a aumentar ainda mais… Pensem nisto. O Inverno está a chegar, há graves interrupções de produção no Iraque, na Nigéria, na Venezuela e na Líbia, há outros membros da OPEP aos gritos a pedir um alívio e os sauditas fazem movimentos de recuo que levam a uma maior descida dos preços? Façam as contas, pensando no itinerário oculto de Kerry e, para vos ajudar, ofereço-vos isto de uma fonte extremamente bem posicionada nos mercados de produtos: ‘Há agora mãos muito poderosas a pressionar o petróleo na oferta global, escreveu noutro dia essa fonte num e-mail”.
( What Really Happened in Beijing: Putin, Obama, Xi And The Back Story The Media Won’t Tell You , Patrick L. Smith, Salon)
A equipa de Obama conseguiu convencer os nossos bons amigalhaços, os sauditas, a inundar o mercado de petróleo, a baixar os preços e a precipitar a economia russa no abismo. Simultaneamente, os EUA intensificaram as sanções económicas, fizeram tudo o que puderam para sabotar o gasoduto South Stream da Gazprom (que contornaria a Ucrânia e forneceria o gás natural à Europa através dum caminho pelo Sul) e convenceu o parlamento ucraniano a leiloar 49 por cento dos direitos de leasing e das instalações de armazenagem subterrâneas a empresas estrangeiras pertencentes a privados.
Gostam disto? Assim, os EUA desencadearam uma guerra devastadora contra a Rússia que tem sido totalmente omitida pelos meios de comunicação ocidental. Estão surpreendidos?
Washington está determinado a bloquear ainda mais a integração económica da Rússia na União Europeia, a fim de fazer desabar a economia russa e pôr o capital estrangeiro a controlar a distribuição regional da energia. Tem tudo a ver com o eixo. Os rapazes do grande capital acham que os EUA têm que ser o eixo para a Ásia. para poderem manter o seu papel no próximo século. Todos estes ataques não provocados a Moscovo baseiam-se nessa estratégia louca.
Mas as pessoas na UE não vão ficar irritadas quando não puderem obter a energia de que precisam (aos preços que querem) para os seus negócios e para aquecer a casa?
Washington acha que não. Washington acha que os seus aliados no Médio Oriente podem satisfazer as necessidades de energia da UE sem qualquer dificuldade. Vejam este trecho de um artigo do analista F. William Engdahl:
“… estão a aparecer pormenores dum novo segredo e de um acordo bastante estúpido Arábia Saudita-EUA sobre a Síria e o chamado ‘estado islâmico’. Envolve o controlo do petróleo e do gás de toda a região e o enfraquecimento da Rússia e do Irão, pela inundação saudita do mercado mundial com petróleo barato…
A 11 de Setembro, o secretário de estado Kerry encontrou-se com o rei saudita Abdullah no seu palácio do Mar Vermelho. O rei convidou o antigo chefe dos serviços secretos sauditas, o príncipe Bandar, para assistir. Foi preparado um acordo que previa o apoio saudita a ataques aéreos sírios contra o ISIS com a condição de Washington dar apoio aos sauditas para derrubar Assad, um firme aliado da Rússia e também do Irão, e um obstáculo aos planos sauditas e dos Emirados Árabes Unidos para controlar o mercado emergente do gás natural da UE e destruir o comércio lucrativo da Rússia com a UE. Uma notícia no Wall Street Journal fazia notar que tinha havido meses de trabalho nos bastidores entre os líderes americanos e árabes, que acordaram na necessidade de cooperar contra o ‘estado islâmico’ mas não como nem quando.
O processo deu aos sauditas a possibilidade de arrancar aos EUA o compromisso de reforçar o treino para os rebeldes lutarem contra o Sr. Assad, cuja queda os sauditas continuam a considerar uma prioridade absoluta”.
( The Secret Stupid Saudi-US Deal on Syria , F. William Engdahl, BFP)
Portanto, as guerras na Ucrânia e na Síria não são conflitos separados de modo algum. Fazem parte da mesma guerra global por recursos que os EUA têm desencadeado nos últimos 15 anos. Os americanos planeiam cortar o fluxo de gás russo e substitui-lo pelo gás do Qatar que atravessará a Síria e entrará no mercado da UE depois de Assad ser derrubado.
Eis o que se está a passar: os problemas da Síria começaram pouco depois de ela ter anunciado que ia participar de um “gasoduto islâmico” para transferir o gás natural do reservatório de gás de South Pars, ao largo da costa do Irão, através do Iraque e da Síria, que viria a ligar ao lucrativo mercado da Grécia e da UE. Segundo o autor Dmitri Minin:
“Um gasoduto a partir do Irão seria altamente lucrativo para a Síria. A Europa também ganharia com isso, mas há nitidamente no ocidente quem não goste da ideia. Os fornecedores de gás, aliados do ocidente no Golfo Pérsico, também não ficaram satisfeitos, nem a Turquia, o transportador de gás número um, porque ficaria fora do jogo”.
( The Geopolitics of Gas and the Syrian Crisis: Syrian “Opposition” Armed to Thwart Construction of Iran-Iraq-Syria Gas Pipeline , Dmitri Minin, Global Research)
Dois meses depois de Assad ter assinado o acordo com o Iraque e o Irão, rebentou a rebelião na Síria. É uma grande coincidência, não acham? É curioso como este tipo de coisas acontece tão frequentemente quando os líderes estrangeiros não afinam com Washington.
Mas há mais de Minin:
“O Qatar está a fazer tudo o que pode para torpedear a construção do gasoduto, incluindo armar os combatentes de oposição na Síria, muitos dos quais vêm da Arábia Saudita, do Paquistão e da Líbia…
O jornal árabe Al-Akhbar cita informações segundo as quais há um plano aprovado pelo governo dos EUA para criar um novo gasoduto para transportar gás de Qatar para a Europa, envolvendo a Turquia e Israel…
Este novo gasoduto deverá começar em Qatar, atravessar o território saudita e depois o território da Jordânia, ultrapassando assim o Iraque xiita, e chegar à Síria. Perto de Homs o gasoduto dividir-se-á em três direcções: para Lataquia, Trípoli no norte do Líbano, e Turquia. Homs, onde também há reservas de hidrocarbonetos, é a principal encruzilhada do projecto, e não é para admirar… que ocorra aí a luta mais feroz. O destino da Síria está a ser decidido aí. As partes do território sírio onde estão a operar os destacamentos de rebeldes, com o apoio dos EUA, Qatar e Turquia, ou seja, o Norte, Homs e os arredores de Damasco, coincidem com o caminho que o gasoduto deverá seguir para a Turquia e Trípoli, no Líbano. Uma comparação de um mapa das hostilidades armadas e um mapa da rota do gasoduto de Qatar indica um elo entre as actividades armadas e o desejo de controlar estes territórios sírios. Os aliados de Qatar estão a tentar atingir três objectivos: quebrar o monopólio do gás da Rússia na Europa; libertar a Turquia da sua dependência do gás iraniano; e dar a Israel a hipótese de exportar o seu gás para a Europa por terra a um custo menor”.
Que tal, gostam disto, mais uma coincidência: “A luta mais feroz (na Síria) está a ocorrer” onde há enormes “reservas de hidrocarbonetos” e ao longo da rota planeada para o gasoduto.
Portanto, o conflito na Síria não tem nada a ver com terrorismo. Trata-se do gás natural, de gasodutos concorrentes e do acesso aos mercados na UE. Trata-se de dinheiro e de poder. Toda essa história do ISIS é uma grande mistificação para esconder o que se está realmente a passar, que é uma guerra global pelos recursos, mais sangue para o petróleo.
Mas como é que os EUA beneficiam de tudo isto, afinal as receitas do gás não vão para Qatar e para os países por onde transita o gasoduto, em vez de irem para os EUA?
Claro que vão. Mas o gás também vai ser denominado em dólares que aumentarão brutalmente a procura do dólar americano, perpetuando assim o sistema de reciclagem do petrodólar, o que cria um grande mercado para a dívida dos EUA e que ajuda a manter as acções e títulos dos EUA na secção da hemorragia (apenas) nasal. É disto que se trata, de preservar a supremacia do dólar forçando as nações a manterem quantidades excessivas de dólares americanos para usar nas transacções de energia e para servir suas dívidas denominadas em dólares.
Enquanto Washington puder controlar os abastecimentos mundiais de energia e forçar o mundo a comerciar em dólares, pode gastar muito mais do que produz e não ser responsabilizado por isso. É como ter um cartão de crédito que nunca seja preciso reembolsar.
Isto é uma trapaça que o Tio Sam está preparado para defender com tudo o que tiver, incluindo bombas nucleares.
Mike Whitney vive no estado de Washington, EUA, fergiewhitney@msn.com , colaborou em Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion , AK Press.
O original encontra-se em www.counterpunch.org/2014/12/01/defending-dollar-imperialism/ .
Tradução de Margarida Ferreira.
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ABIMAQ vê pouco esclarecimento e quer ser ouvida sobre mudança de conteúdo local
ABIMAQ vê pouco esclarecimento e quer ser ouvida sobre mudança de conteúdo local
Portal Petronotícias
HOUSTON - As possíveis alterações na política de conteúdo local foram um dos temas mais comentados em todo o Pavilhão Brasil, durante a atual edição da Offshore Technologies Conference (OTC) 2015. A notícia pegou de surpresa o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado, que também é o coordenador do MBA de Gestão em Petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas.
Apesar de não ver a flexibilização como uma mudança necessariamente ruim, Machado defendeu que a política de conteúdo local esteja aliada à política industrial, a fim de viabilizar vendas. “O que não pode ser são outros tipos de incentivo sem data marcada. Qualquer incentivo tem que ter prazo de validade, para estimular o prazo seguinte. Por um incentivo em dois anos, você tem que me devolver alguma coisa daqui a dois anos, seja aumento de emprego, de conteúdo local, alguma coisa”, afirmou.
Para Machado, além da visão de si mesma como empresa, a Petrobrás tem de considerar mais seu papel no desenvolvimento do país. “Uma coisa é empresa de petróleo, com atuação na Bolsa de Nova Iorque, que abriu o capital. A Petrobrás está certa, quer produzir, tem que produzir. Mas ela tem que lembrar da visão do País”, disse. De acordo com o diretor da Abimaq, pode faltar esclarecimento sobre o que está realmente acontecendo. Mesmo buscando conversar com a estatal e agência reguladora, Alberto Machado frisou que a alteração dificilmente resolverá muita coisa se feita de maneira fixa. “Se a gente não definir isso integralmente, não adianta. Não adianta mexer no indicador sem mexer no conteúdo. Ninguém acaba com a febre só pondo um termômetro. Fixar o índice do conteúdo é usar o termômetro.“, analisou.
A flexibilização do conteúdo local, depois de muita especulação, foi confirmada aqui em Houston pela Petrobrás, pelo Ministro de Minas e Energia e pela ANP. A Abimaq foi chamada para discutir o assunto? Como vê isso?
Estamos esperando sermos chamados para discutir esse assunto. Temos uns 400 fornecedores que atendem ao segmento de petróleo, com uns 100 que dependem exclusivamente do setor, e ainda tem uma quantidade enorme de fornecedores que vendem para óleo e gás sem que se saiba. Não que seja de propósito, mas, às vezes, a pessoa não percebe com o que um especialista no setor pode contribuir. Por exemplo, tem indústrias extensivas em conteúdo agregado, existem caldeirarias com produtos de altíssimo nível, produtos que requerem mais de 10 anos de especialização para qualquer um. E a gente ainda tem o famoso Custo-Brasil. Além de juros, impostos, infraestrutura, política de valorização trabalhista, ainda há a burocracia, que a cada caso de corrupção aumenta. E em alguns casos existe mesmo a incompetência e falta de visão de que não pode fazer uma obra sem processos de engenharia básica, entre outras coisas. Isso tudo acaba inviabilizando projetos, é o Custo-Brasil. As multas que têm sido anunciadas agora, por exemplo, são da fase de exploração. Então, se a indústria de petróleo não está alcançando o conteúdo local, não é problema da indústria que vende máquinas, mas sim da área de serviços. Equipamento mesmo é muito pouco. A fase indefesa não está sendo aferida. E a gente entra na fase de desenvolvimento da produção.
A Abimaq pretende responder à essa posição com algum movimento?
Estamos tentando conversar com o próprio pessoal da ANP, porque a gente acha, na verdade, que talvez falte esclarecimento do que está acontecendo realmente. Nas apresentações que eu faço, tenho uma figura que mostra que a própria Petrobrás não enxerga a cadeia toda. As empresas hoje que também sobrevivem na área de máquinas e equipamentos são as que vendem também para operação, porque na operação o contato é mais direto. Um exemplo é o subsea. Por que o subsea tem conteúdo local alto? Porque é comprado direto. Mas a Petrobrás não pode comprar direto mais, pelo seu porte, então tem que arrumar um meio intermediário.
A Abimaq se sentiu traída com esse anúncio?
Não, porque não sei o que vai acontecer. Pode até melhorar para a gente. Sensibilizar não quer dizer que vá piorar. Se você contabilizar ou combinar antes os percentuais, onde serão etc, pode melhorar. Conteúdo local para tudo também não existe, cada país tem seus nichos. Se a gente não definir isso integralmente, não adianta. Não adianta mexer no indicador sem mexer no conteúdo. Ninguém acaba com a febre só pondo um termômetro. Fixar o índice do conteúdo é usar o termômetro.
A Petrobrás disse que a mudança se deu por pressão das operadoras. Como o senhor vê isso?
É legítimo. Eles têm um negócio e estão lutando pelo melhor do negócio. Agora, uma coisa são as operadores, outra coisa é a decisão tomada pelo país. Se você olhar com atenção, 45 países representam 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Desses países, só quatro, que representam 3% do PIB mundial, são exportadores de petróleo (e são da OPEP). Do resto, dos outros 10% do PIB mundial, apenas 4% deles têm petróleo. Então, se um país olhar só para a empresa do petróleo e não olhar para o que envolve aquele negócio, cadeias produtivas, empregos gerados, impostos gerados, é uma visão que não atende ao país.
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